12 de outubro de 2011.
Cheguei no Rio Grande do Sul. Tem coisa melhor que isso quando um gaúcho tá com o coração apertado? Meu pai e minha vó foram me buscar no aeroporto. Era feriado, como vocês bem sabem e minha mãe e irmãos estavam me esperando em casa. Chegar é sempre essa coisa boa, com gosto de destino final. Sem falar no gosto da comida da mãe da gente.
Novembro de 2011.
Os dias foram passando um depois do outro. Eu saia na rua e sempre encontrava alguém que dizia: e aí Fabi, voltou? Virou até piada interna. Eu não era uma miragem, eu tinha voltado. O que abria espaço para a próxima pergunta: vai ficar por aqui agora? Eu ia. No entanto, de certa forma, as minhas respostas curtas pareciam não satisfazer a curiosidade dos meus interlocutores.
Eles ficavam me olhando, com olhos de quem espera mais. Aí, quando eu me dava por mim, eu já estava contando a minha vida de trás pra frente. Quem me conhece sabe que eu falo muito, e gosto, mas aquele repeteco estava me incomodando. Por coerência ou distração, eu acabava sempre dizendo as mesmas coisas. Quem me fazia perguntas, recebia as mesmas respostas. Era um desgaste.
Como se não bastasse, não saber como eu ia sair desse enredo, eu ainda tinha que me ouvir dizer em voz alta a todo instante que eu não sabia o que fazer com a minha vida. [over and over]. O que era um pouquinho humilhante na minha cabecinha cheia de orgulho. Isso que nem tinha chegado a época de as pessoas perguntarem onde é que eu trabalho! Essa fase veio depois.
Eu tinha ficado apenas três meses longe, mas pareciam mil anos luz. Eu voltei de lá, mais pra lá do que pra cá, mas era difícil admitir. Eu queria o meu lugar confortável em cima do muro. O muro se rachava a cada dia e ou eu pulava para um lado, ou eu pulava para o outro, ou eu ia acabar de bunda no chão, soterrada pelo muro da indecisão que eu mesma tinha construído. [drama mode on]
Definitivamente, eu não podia continuar a minha vida da onde eu tinha parado. Não dava para pedir meu antigo emprego de volta, sem decidir ficar para "sempre". Afinal, ninguém é ioiô. Por sorte, eu tinha feito um pezinho de meia. Nunca achei que um dia eu ia escrever isso na vida, mas pelo menos dinheiro não era o meu problema. Eu tinha o suficiente pra me manter sem luxos por uns seis meses.
Durante esse tempo nos eua, eu também tinha conseguido investir uma grana em uma máquina fotográfica profissional, que me rendeu uns bons trocados e me encheu o coração de alegria. Trabalhar em alguma coisa era bom. Trabalhar com arte, era melhor ainda. Mesmo que eu não fosse lá essas coisas como fotógrafa, tirar fotos me fazia muito bem. Eu fazia quase de graça. Eu fazia por mim.
Apesar de adorar fotografia, eu morria de vontade de escrever. Eu passava na frente da delegacia ou do hospital da cidade sentindo cheiro de pauta. Jornalistas são verdadeiros cachorros em porta de restaurante. Eu tinha voltado as minhas consultas com a psicóloga, mas me sentia mais morna que um pudim em banho maria.
Eis que surgiu um Francisco Lima na minha vida. Ele já faz parte da minha vida há anos, está sempre ali, à espreita. Quando eu preciso, ele surge com ideias, críticas e sugestões. O Chico é tipo um consumidorchato participativo, em forma de amigo palpiteiro.
Um dia ele me disse, "tchê, escreve um blog sobre esse teu dilema". Eu achei ótima a ideia, mas continuei na inércia. Aí no outro dia, ele me disse: "já começasse a colocar o blog em prática?". Resolvi me dar um prazo. Quando o blog saiu, ele queria pensar no design, no estilo de postagem, no feed,na putaquepariu. Quando saiu o primeiro texto, ele quis o segundo. E assim ele foi me empurrando até eu conseguir pedalar essa bicleta sozinha.
Assim nasceu esse blog, que vem me ajudando muito a elaborar essas coisas todas. É o espaço que faltava na minha vida para ventilar os meus sentimentos. Li em um livro esses dias*, que o vento precisa de espaço para existir. Quanto mais espaço, mais força. Com os sentimentos é a mesma coisa.
Amém para os Chicos na vida das pessoas!
*O nome do livro é Angel, do autor Roberto Shinyashiki. Ganhei a sugestão de presente da fazedora de pássaros, Hélen Albernaz!
Definitivamente, eu não podia continuar a minha vida da onde eu tinha parado. Não dava para pedir meu antigo emprego de volta, sem decidir ficar para "sempre". Afinal, ninguém é ioiô. Por sorte, eu tinha feito um pezinho de meia. Nunca achei que um dia eu ia escrever isso na vida, mas pelo menos dinheiro não era o meu problema. Eu tinha o suficiente pra me manter sem luxos por uns seis meses.
Durante esse tempo nos eua, eu também tinha conseguido investir uma grana em uma máquina fotográfica profissional, que me rendeu uns bons trocados e me encheu o coração de alegria. Trabalhar em alguma coisa era bom. Trabalhar com arte, era melhor ainda. Mesmo que eu não fosse lá essas coisas como fotógrafa, tirar fotos me fazia muito bem. Eu fazia quase de graça. Eu fazia por mim.
Apesar de adorar fotografia, eu morria de vontade de escrever. Eu passava na frente da delegacia ou do hospital da cidade sentindo cheiro de pauta. Jornalistas são verdadeiros cachorros em porta de restaurante. Eu tinha voltado as minhas consultas com a psicóloga, mas me sentia mais morna que um pudim em banho maria.
Eis que surgiu um Francisco Lima na minha vida. Ele já faz parte da minha vida há anos, está sempre ali, à espreita. Quando eu preciso, ele surge com ideias, críticas e sugestões. O Chico é tipo um consumidor
Um dia ele me disse, "tchê, escreve um blog sobre esse teu dilema". Eu achei ótima a ideia, mas continuei na inércia. Aí no outro dia, ele me disse: "já começasse a colocar o blog em prática?". Resolvi me dar um prazo. Quando o blog saiu, ele queria pensar no design, no estilo de postagem, no feed,
Assim nasceu esse blog, que vem me ajudando muito a elaborar essas coisas todas. É o espaço que faltava na minha vida para ventilar os meus sentimentos. Li em um livro esses dias*, que o vento precisa de espaço para existir. Quanto mais espaço, mais força. Com os sentimentos é a mesma coisa.
Amém para os Chicos na vida das pessoas!
*O nome do livro é Angel, do autor Roberto Shinyashiki. Ganhei a sugestão de presente da fazedora de pássaros, Hélen Albernaz!